Na categoria “Contribuição dos amigos” dessa semana convidei minha amiga Duda para contar um pouco sobre como foi sua experiência em uma viagem missionária para a Amazônia. Quando Deus colocou no meu coração o desejo de pedir para que ela escrevesse esse texto eu não entendi ao certo porque compartilhar isso no blog, mas, quando ela mandou o texto pra mim foi uma confirmação de algo que Deus estava falando ao meu coração durante toda semana: Quando nos disponibilizamos a fazer algo para alguém, na verdade somos nós que ganhamos. O amor de Deus se manifesta em nossa vida quando compartilhamos amor. Espero que o testemunho dela possa despertar em você o desejo de amar e cuidar do próximo.
Barco Hospital, ou Missão Amazônia, é um projeto de ação social da Igreja Metodista que atende comunidades ribeirinhas e indígenas da Amazônia. O barco disponibiliza atendimento médico e odontológico, além de atividades na área de educação, de desenvolvimento comunitário e espiritual. Profissionais de diversas áreas compõem voluntariamente a tripulação do barco, todos dispostos a servir e a amar.
No ano de 2015 passei por uma fase ruim na vida sentimental e Deus começou a despertar em meu coração que poderia haver coisas mais significativas na minha vida do que aquelas questões pessoais. O barco surgiu como uma oportunidade de encontrar um novo valor para minha vida.
Então, no ano seguinte, lá fui eu, para minha primeira viagem missionária. Era um milagre eu estar lá. Semana após semana os líderes da missão me convidavam e eu queimava por dentro, mas sempre dizia “preciso ver”, até que em uma noite decidi confiar e orei: “Senhor sinto que há um propósito pra mim e preciso dele. Preciso muito de Ti e preciso descobrir um novo valor para minha vida, então, eis me aqui!” Eu não tinha recursos, mas quando finalmente aceitei o chamado, tudo se ajeitou e em menos de 3 meses, eu estava lá em território Manauara. Tinha gratidão e medo, me perguntava: “o que farei aqui?” “como que poderei servir?”
Entretanto, quando pude perceber a alegria daquele povo ao nos ver chegar a cada comunidade, entendi que levávamos amor e que era por meio desse amor que aquele povo veria a Cristo! As crianças corriam ao nosso encontro, sorriam e pediam colo. Elas não queriam apenas nossas doações, atendimentos ou brincadeira, elas queriam amor! Algumas crianças estavam desnutridas, outras com dentes inflamados e outras doentes já há muito tempo, mas, ainda assim, elas sorriam e eram gratas por estarmos lá.
Eu comecei a me perguntar como poderia pensar que necessitava de alguma coisa ou quais eram os problemas que me impediam de ser feliz e grata como aquele povo. Lá eu vi o cuidado de Deus, descobri que eu, mais do que eles, estava sendo cuidada e tratada! A esperança e amor que eu pensava estar dando, eu também estava recebendo. Foi como uma via de mão dupla.
O retorno foi transformador. Mudei de idéia sobre o que eu precisava para viver. Durante muito tempo eu só pensava nos rostinhos que me pediram pra voltar e não esquecer deles. Eu tinha certeza era que eu precisava voltar lá.
Então, no ano seguinte, tive uma nova oportunidade de ir para Amazônia. Junto com outros irmãos e irmãs oramos para que aquele projeto acontecesse. Choramos por aquele povo e clamamos para que Deus mandasse voluntários e recursos. Muitas vezes eu declarei ao Senhor que se não fosse eu a estar lá, tudo bem, mas que o barco fosse enviado, afinal eles esperavam por “nós”, eles sempre esperam! E para Glória de Deus em 02 de julho de 2016 a segunda viagem missionária acontecia.
Pisar na comunidade de Boa Vista (uma comunidade, visitada no ano anterior, onde estabeleci laços muito fortes) foi muito gratificante. Eu via o cuidado de Cristo com aquele povo que estava feliz porque nós tínhamos voltado. Naquele momento eu só queria gritar a Deus o quão grata estava por vê-los novamente, chorei um pouco ali na proa do barco e só Deus ouvia o que se passava em meu coração.
A minha experiência no Barco Hospital não da para ser definida ou explicada, ainda que eu me dedique e tente de todo coração.
Como eu disse, fui pensando levar algo, mas na verdade eu ganhei tudo!
Eles precisam sim da ajuda humanitária, dos médicos e dentistas, dos leites e das doações de kits odontológicos, mas nada substitui o amor que se dá e se recebe no barco! Um amor que se doa, que abre mão de si, dos seus dias, do seu conforto, da sua casa e da sua rotina. Aquele povo precisa do amor que “vai”, que “abraça” e que “sorri”. É por meio desse amor que declaramos que foi Cristo que nos enviou. Só mesmo Deus poderia plantar em mim o desejo de estar ali e eu oro para que o Senhor desperte em você um “chamado” também.
Somos amados demais para negar amor e amor é uma ação. Eu fui impactada e transformada por aquele povo onde eu vi sorriso em meio a dor e alegria em meio às dificuldades. Desejo que mais e mais pessoas possam ir e perceber o amor que Jesus tem por todos nós.
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Quer saber mais sobre o projeto, clique aqui: Barco Hospital