Esta é considerada a parábola mais difícil de entender nos evangelhos, pois apresenta uma aparente incongruência de uma história que louva um homem desonesto. Assim, esse estudo apresenta a visão mais aceita sobre a interpretação dos ensinamentos que os discípulos receberam com a parábola.
A história apresenta três personagens:
- O senhor: o dono da propriedade, um homem justo e respeitável na comunidade. Sabemos disso, pois alguém foi o alertar sobre o que estava acontecendo, se ele também fosse desonesto não teria recebido esse alerta, pois não seria uma pessoa respeitada na comunidade (obs: o termo “Senhor” no novo testamento faz referência a Jesus Cristo).
- O mordomo: um administrador das propriedades do seu senhor, devido ao seu cargo, tinha autoridade para executar os negócios da propriedade.
- Os devedores: na verdade eram arrendatários das terras do senhor. Eles trabalham na terra e pagavam uma quantia fixa de aluguel. Essa quantia era acertada com o próprio senhor. A relação entre os senhores das terras e os arrendatários era sempre de profunda amizade.
Conhecidos os personagens, vamos discutir a história.
Como dito, o senhor recebeu uma denuncia sobre o administrador e o chamou para que fosse demitido. A frase “preste contas da sua administração, porque você não pode continuar sendo administrador” seria melhor traduzida como: “me entregue os livros contábeis porque você está demitido”.
O mordomo foi apenas demitido, o que era muito estranho naquele contexto histórico. O normal seria que o senhor o mandasse prender ou até mesmo matar, mas o senhor demonstra profunda misericórdia e apenas o demite.
O mordomo sabe que o senhor está sendo misericordioso com ele e não argumenta nada. Ele fica em silêncio, assumindo a sua culpa, e começa a pensar o que poderia fazer para ganhar a vida dali para frente.
Quando vai buscar os livros para devolver ao patrão, o mordomo manda chamar os devedores, pois pensa que se agisse em favor deles poderiam o receber como funcionário em suas casas.
O mordomo tira aproximadamente o mesmo valor das duas contas, quinhentos denários, isso era o que valia cinqüenta potes de azeite e vinte tonéis de trigo. Os devedores deviam acreditar que o mordomo havia pedido ao senhor em favor deles e que o senhor tinha aceitado a redução no preço. Eles não sabem que o mordomo tinha sido demitido, pois o mordomo pergunta: “Quanto você deve ao MEU Senhor?”. Pela relação de amizade que os devedores tinham com o senhor eles não fariam algo para prejudicá-lo.
Além do mais, era o senhor que negociava as quantias que seriam pagas, enquanto, o mordomo apenas administrava. Então o senhor sabia que os valores assinados pelos devedores haviam sido alterados.
O Senhor elogiou o mordomo pela sua astúcia, ou sabedoria, em outras versões. Mas que sabedoria foi essa? Ao trocar os valores nos livros contábeis, mesmo sabendo que o senhor perceberia, o mordomo estava confiando na misericórdia demonstrada pelo senhor no início da conversa. Ele acreditava que o senhor estaria disposto a pagar o preço da sua salvação, mesmo sabendo que o mordomo tinha errado contra ele. A sabedoria elogiada foi o saber que apenas o senhor poderia pagar o preço pelo seu erro e com isso permitir um recomeço em outro emprego.
Jesus estava dizendo aos discípulos que eles precisam ter a mesma sabedoria, uma confiança total da misericórdia do Senhor.
Resumindo: O mordomo é demitido e admite a sua culpa mediante o silêncio. Ele não é preso, e assim descobre a misericórdia de seu senhor. Então, decide arriscar tudo baseado nessa misericórdia. Ele faz reduções nos alugueis, presumindo que o senhor as aprovará. Ele é louvado por saber onde está a salvação, e não por sua desonestidade.
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